A APAE de Jundiaí promoveu na manhã de terça-feira, 21/9, uma importante discussão sobre ESG e o terceiro setor, em comemoração aos 64 anos da organização. O palestrante Leonardo Lima, fundador e CEO da Dreams & Purpose Consulting, gentilmente, aceitou o convite para abordar o tema evidenciando a sua importância estratégica para organizações como a APAE.
O encontro contou com a participação dos diretores, conselheiros e colaboradores da APAE de Jundiaí e de representantes de outras APAEs do Estado de São Paulo, como Batatais, Itatiba, Jarinu, Várzea Paulista, Franca. O presidente do conselho da APAE, Alberto Mori, falou sobre a APAE de Jundiaí, na abertura do webinar, agradecendo ao palestrante e ao CIESP Jundiaí por ceder o link para a sala do webinar. “Estamos muito felizes em poder comemorar mais um aniversário. Em outros anos, comemorávamos com jantar, e, por conta da pandemia, este ano estamos bem contemplados com esta palestra com um tema extremamente atual”, comentou.
Durante sua apresentação, Leonardo foi enfático. “Quando falamos em ESG falamos em negócios realizados num mundo complexo, com regras e equações complexas: um planeta com 4.54 bilhões de anos, com seres humanos há apenas 200 mil anos. Somos relativamente jovens em relação à idade do planeta. Hoje somos 7,81 bilhões de pessoas e a previsão é de que em 2050, sejamos 11 bilhões”, explicou para reforçar que a maior parte da população não conhece os problemas pelos quais o mundo está passando.
ESG é a tradução do mundo financeiro para a previsibilidade dos negócios. “As mudanças climáticas afetam diretamente a economia. Os resíduos que não são destinados corretamente, vão para os oceanos. E se continuar assim, em 2050, teremos mais lixo do que peixes nos oceanos”, alertou sobre a importância de uma Economia Circular. “Hoje, estamos acompanhando mudanças estratégicas no mundo: saindo da era do combustível fóssil – países prometeram zerar a emissão de carbono até 2050 – para a era da energia renovável e precisamos disso”, explicou, lamentando que a grande dificuldade do ser humano é projetar o futuro. “Temos que criar o planeta que queremos visitar no futuro”, ponderou.
Para o Terceiro Setor – O ESG, do inglês (Environmental, Social and Governance), não pode ser trabalhado em partes, ele só funciona olhando o todo, as áreas de Meio Ambiente, Social e de Governança. “A APAE é o S do ESG e a postura que as organizações precisam ter é a de se identificar com as organizações a partir de suas ações e serviços sociais”, explicou o palestrante.
Leonardo também reforçou que o ESG é uma jornada com ações de curto, médio e longo prazo. “É uma mudança de comportamento, de hábitos e temos que aproveitar as oportunidades para gerar alianças que vão acelerar os processos de mudança. Estas alianças podem ser feitas com as organizações e aí que está a oportunidade para entidades como as APAEs”, alertou. “Forçadas pelo ESG, as empresas estão voltando seu olhar para o terceiro setor como uma opção para ajudá-las na tarefa de cuidar do social: as empresas estão mais sensíveis ao terceiro setor e as entidades podem aproveitar deste movimento: saúde e assistência social representam 93% das doações realizadas por empresas, foco também das APAEs”, destacou.
Para Leonardo, as APAES devem estudar os critérios do ESG e olhar para a entidade como se fosse uma empresa. “Vocês são uma organização, abordem o tema como investimento e não como filantropia. Vocês devolvem o S que a sociedade precisa, que as empresas precisam, produzem resultados que a sociedade precisa. Então, o correto é divulgar esses resultados e mudar a forma de abordar as empresas para elevar o nível de consciência das pessoas e das empresas investidoras”, aconselhou.