“A minha raiz é na APAE de Jundiaí”, conta a professora Paloma

Aos 27 anos, Paloma Manoela de Souza é professora de Educação Especial e trabalha há oito anos na APAE de Jundiaí. “Vivemos um aprendizado diário. Eu era muito novinha quando comecei a trabalhar aqui e tudo que sei sobre Educação Especial, aprendi aqui: a minha raiz é na APAE de Jundiaí”, ressalta, lembrando que mesmo sem experiência foi muito amparada pela equipe, coordenadores, diretores. “Fiquei dois anos como estagiária e um ano como professora de informática: foi quando comecei a pensar como uma professora e, depois desta experiência, assumi uma sala de aula”, reforça.

Paloma é um dos profissionais que participa da campanha “Ser resiliente é a nossa cara”, criada pela DMG&A. A campanha foi desenvolvida para mostrar o dia a dia dos quase 100 profissionais que atuam na APAE de Jundiaí e fazem parte da história de vida dos usuários e suas famílias. “Somos todos resilientes: pessoas que cuidam de pessoas, daí a importância de sermos resilientes”, destaca Suely Angelotti, diretora executiva da APAE.

Para Paloma, a pandemia foi um desafio pela incerteza sobre o que estava acontecendo. “Nós professores estamos sempre um passo à frente e a pandemia acabou com isso: o mundo inteiro foi surpreendido e isso assustou no início, mas depois tivemos que avaliar as oportunidades e crescer com elas”, conta. “Passamos um período de medo e incerteza, todos passaram, mas, depois, conseguimos superar as dificuldades: com uma equipe tão dedicada ficou fácil trabalhar. Inserimos a tecnologia, começamos a trabalhar com o celular e o WhatsApp nos ajudou muito”, explica.

O trabalho com os pais foi bastante intenso e, de acordo com Paloma, todos os professores encontraram o apoio que precisavam para manter os alunos ativos com as aulas on-line, o teleatendimento e as atividades propostas. “Houve um estranhamento no início, mas depois os pais e familiares se tornaram super parceiros da APAE e de seus filhos. Conseguimos aproximá-los ainda mais e esse foi o lado bom da pandemia. Os pais se envolveram mais e isso fortaleceu o vínculo familiar”, comemora. “E o retorno tem sido muito positivo: uma parceria que começou com a pandemia e não se perdeu, pelo contrário, vem se fortalecendo”, completa.

Paloma defende que os profissionais da APAE são desafiados todos os dias. “Acredito sim que somos resilientes. Essa característica está em nós, a pandemia só deixou esse sentimento se aflorar. A pandemia intensificou a afetividade entre as pessoas e, apesar da distância, o isolamento acabou aproximando ainda mais as pessoas emocionalmente”, explica. “Entramos no particular das famílias dos nossos usuários, conhecemos suas rotinas e isso nos permitiu propor atividades de acordo com a realidade de cada uma. Esta vivência é muito valiosa e tem sido muito transformadora: o vínculo familiar se fortaleceu e para nós fica o sentimento de objetivo cumprido”, comemora.

A experiência de trabalhar na APAE é tão transformadora, que se pudesse Paloma aconselharia todos os profissionais a terem essa vivência. “Todo profissional deveria trabalhar na APAE, garanto que será transformador. A estrutura que temos aqui nos ampara em todos os sentidos, mas o dia a dia é acompanhado de novos olhares sobre a profissão, novas escolhas. Trabalhar na APAE vai além, transforma a gente como ser humano”, garante.