APAE de Jundiaí inicia as ações do Setembro Verde, mês dedicado a dar visibilidade à inclusão de pessoas com deficiência comemorando os resultados dos últimos oito anos. “De 2012 a 2020, 91 alunos foram para o mercado de trabalho, um esforço que envolve a disposição do aluno, o apoio da família e o suporte de todos os profissionais que atuam na APAE”, destacou Luiz Bernardo Begiato, presidente da APAE de Jundiaí. Atualmente, 7 alunos estão contratados pela empresa Ad’oro, mas por conta da pandemia ainda não ingressaram. Este projeto auxilia as empresas no cumprimento da Lei de Cotas.
Esta campanha vem para chamar a atenção das pessoas sobre o trabalho que é promovido na APAE de Jundiaí há 63 anos. A instituição foi fundada em 7 de setembro de 1957 justamente com este propósito: defender a inclusão da pessoa com deficiência de todas as idades. “Hoje atendemos desde bebês até a terceira idade, pessoas com deficiência intelectual (DI) com transtorno do espectro do autismo”, explicou Begiato, lembrando que a unidade de Jundiaí foi a primeira a ser fundada no Estado de São Paulo e a terceira do país.
Begiato assumiu a instituição em janeiro deste ano e não imaginava que 2020 seria tão desafiador. “Este ano vem sendo de novos desafios, mas, ao mesmo tempo, de muito aprendizado. Em tempos isolamento social, as aulas e atividades não pararam: estamos conseguindo, com o empenho de toda nossa equipe técnica, dirigentes, professores, colaboradores e voluntários atender todas as famílias e acompanhar as atividades e os resultados dos nossos alunos”, comentou.
Potencialidades dos assistidos – O trabalho promovido pela APAE de Jundiaí visa também a conscientização da sociedade sobre as potencialidades dos seus assistidos, uma vez que todo o trabalho é voltado para a independência dos alunos, não somente dentro de casa, mas na sociedade. “Nós temos um programa de consultoria que oferece, exclusivamente, para empresas uma assessoria no processo de contratação de Pessoas com Deficiência para atender a Lei de Cotas. Nossos profissionais preparam e acompanham a pessoa com Deficiência Intelectual no processo de recrutamento, seleção e contratação, buscando a sua permanência no mercado competitivo”, esclareceu Suely Angelotti, diretora executiva da APAE de Jundiaí.
LEI 12.652/18 – Para contribuir com todo o trabalho da APAE em promover e defender a inclusão social das pessoas com deficiência, a Lei 12.652 de autoria do vereador Edi Carlos Vieira, instituiu em setembro de 2018, a Campanha “Setembro Verde” no município. Com o objetivo de estimular a participação social das pessoas com deficiência; conscientizar a família, a sociedade e o Estado sobre a importância da inclusão social da pessoa com deficiência; promover a informação e difusão dos direitos da pessoa com deficiência; divulgar avanços, conquistas e boas práticas da pessoa com deficiência; e identificar desafios para a inclusão social da pessoa com deficiência. “Com a lei, conseguimos ampliar o espaço que temos para falar sobre o assunto na mídia e com nossos parceiros”, comentou o presidente da APAE.
De acordo com Suely, no estado de São Paulo, as divulgações do Setembro Verde começaram em 2015 e foram instituídas pela Federação das APAES do Estado de São Paulo (FEAPAES/SP), em parceria com a APAE de Valinhos (SP) com o objetivo de tornar o mês de setembro referência na luta pelos direitos e inclusão social da pessoa com deficiência. “Neste ano, com a pandemia, estamos impossibilitados de promover eventos comemorativos e que tornem a divulgação ainda mais abrangente. Mas vamos trabalhar durante todo o mês de setembro, em nossas redes sociais e também com nossos parceiros”, explicou a diretora executiva da APAE de Jundiaí.
Para ela, o mês de setembro vem reforçar o que a APAE realiza o ano todo. “Trabalhamos todos os dias do ano defendendo e promovendo a inclusão dos nossos alunos, o mês de setembro vem reforçar e alertar as pessoas a olharem para nossa causa. Este ano, disponibilizamos todo o material da Federação das APAEs para o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência com o intuito de colaborar com as outras entidades”, completou Suely.
Autonomia – As atividades desenvolvidas nos programas e projetos complementares proporcionam mais qualidade de vida aos alunos, aquisição de conhecimentos, habilidades e o desenvolvimento de potencialidades. “Com estas atividades eles conquistam autonomia pessoal e social, facilitando a sua convivência familiar e comunitária”, destacou Adriana Azevedo, coordenadora de Assistência Social.
Para Maria Sueli de Camargo, mãe de Bruno Miguel de Camargo Bittencourt, de 18 anos. Orgulhosa, ela conta que as atividades desenvolvidas na APAE proporcionaram a Bruno autonomia em casa. “Ele arruma sua cama, dobra a roupa que tiro do varal, leva o lixo lá fora, lava a louça, ajuda a cozinhar. Tudo isso ele aprendeu na APAE e trouxe pra casa, para o nosso dia a dia”, comenta.
63 ANOS – Com a missão de promover e articular ações de defesa de direitos e contribuir para a diminuição da incidência de pessoas com deficiência, a APAE de Jundiaí oferece apoio às famílias dos usuários, à rede escolar municipal, às instituições, empresas e órgãos governamentais para facilitar e estimular a inclusão das pessoas com deficiência.
Atualmente, a APAE de Jundiaí tem quase 100 profissionais atuando nas áreas da saúde, educação, assistência social e apoio, e desse total, 70% tem formação superior em mais de 15 áreas diferentes. Esses profissionais são responsáveis por atender cerca de 1.700 pessoas por mês em nove diferentes programas de atendimento e oferecem qualidade de vida para os assistidos e seus familiares.